Um pergunta recorrente que os leitores enviam para o Vida Sem Papel é para saber qual é o melhor e-reader. O problema é que eu poderia até responder esta pergunta com base na minha opinião pessoal, mas na prática eu estaria ajudando muito pouco o leitor, e talvez até atrapalhando, se minha resposta o levar a comprar um e-reader que não é adequado para ele.
Por isso, resolvi escrever este post onde eu já adianto que não vou responder a pergunta “qual é o melhor e-reader?”, mas vou tentar te ajudar que você mesmo encontre a resposta para uma pergunta muito mais importante: “qual é o melhor e-reader para você?”.
Você precisa mesmo de um e-reader?
Antes de discutir os pontos importantes para ajudá-lo a escolher o melhor e-reader para você, eu quero que você pense se de fato um e-reader é o que você precisa e que vai atender suas necessidades.
Eu digo isso pois eu vejo muitos leitores que enviam perguntas sobre e-readers, mas que precisam fazer muito mais do que um e-reader oferece. Neste caso, a melhor opção seria um tablet e não um e-reader. Em alguns casos, nem tablet, teria que ser um notebook mesmo.
A primeira coisa que eu quero deixar claro para você é que o propósito do e-reader é substituir o livro de papel. É isso. Não é acessar a Internet, não é enviar emails, não é ver fotos, embora você até possa fazer isso, com dificuldades. Mas se você quer comprar um e-reader para isso, então eu recomendo a você que comece a avaliar um tablet ou notebook.
Quando eu comprei meu Kindle, eu já possuía um iPad, e eu lia livros nele com a app do Kindle. Mas mesmo assim eu comprei um Kindle. Você pode se perguntar por que eu fiz isso, mas é justamente pelo motivo que eu quero deixar claro para você: tablet é uma coisa, e-reader é outra.
O tablet me permitia ler ebooks também, mas depois de algum tempo a tela começava a me incomodar. O Kindle (o e-reader, não o Kindle Fire) é como ter um livro de papel dentro de um dispositivo eletrônico. Para mim, ele tem a maior parte das vantagens dos dois mundos.
Se você quiser ir mais a fundo nesta questão de tablet e e-reader, leia o post Qual é melhor para você, o Kindle ou um tablet?, pois este não é o foco deste artigo. Eu resolvi começar por isso só para te direcionar no caminho certo se for este o seu caso.
A pergunta chave aqui é: você quer ler livros usando a melhor tecnologia disponível para isso? Se sim, então o e-reader é para você. Vamos em frente.
Avalie as livrarias
Se você já comprou computadores ou notebooks, provavelmente você irá começar a pesquisar para escolher seu e-reader vendo as características técnicas de cada um. Na minha opinião, eu deixaria isso para uma segunda etapa. Pois quando você escolher seu e-reader, você também estará escolhendo a loja onde comprará seus ebooks e que te prestará serviço.
Em outras palavras, se você comprar um Kindle, estará levando com ele a Amazon, pois ele só suporta o DRM desta loja. Se comprar um Kobo, estamos falando em Livraria Cultura e Kobo Books, e também de outras lojas que suportem o DRM da Adobe. Em termos de Lev, estamos falando da Saraiva. Em termos de Nook, estamos falando da Barnes & Noble americana, e assim por diante.
Na minha experiência, esta decisão é a mais importante a ser tomada para a maioria das pessoas. Por isso, minha sugestão é que você comece avaliando as livrarias.
Acervo
A primeira questão a ser considerada é o acervo de ebooks das lojas em questão, porque que você comprará ebooks nos acervos destas lojas – isso sem considerar pirataria (que eu sou contra) e os ebooks que você já possui.
Por exemplo, se você estuda ou trabalha numa determinada área e deseja adquirir ebooks desta área, pesquise primeiro os acervos de cada loja para ver as opções que você terá. Se você tem um hobby e quer adquirir títulos sobre isso, pesquise se os encontra nas lojas que está avaliando. Se você gosta de determinados autores, pesquise também.
Não esqueça de, além de checar a disponibilidade de títulos, comparar os preços. Este é um excelente tópico, e eu já escrevi um post comparando os preços nas principais lojas de ebooks do Brasil.
Vale lembrar que, se você lê ebooks em outras línguas além do Português, pesquise títulos nesta língua também.
Embora não seja essencial para a maioria dos leitores, eu sugiro neste ponto você também avaliar se a loja em questão costuma oferecer promoções, como são os descontos, quais títulos costumam entrar em promoção, etc.
Serviços de apoio à leitura
Também é importante entender como funcionam as lojas, que serviços cada uma oferece que irá melhorar sua experiência de leitura.
Um exemplo é que praticamente todas permitem que você compre um ebook no próprio e-reader e já o baixe para ler em seguida. Muito prático. Já fiz isso várias vezes 😉
Outro exemplo: a maioria das lojas permite que suas anotações, destaques e marcadores sejam sincronizados com um serviço que ela oferece, que permitirá que estes dados sejam salvos fora do e-reader (assim, se algo acontecer com ele, você ainda terá estes dados), e também permite que estes dados sejam sincronizados com apps para smartphones, tablets e computadores.
Desta forma, você poderá continuar sua leitura em outro dispositivo se seu e-reader não estiver à mão. Ou, em outro exemplo, você poderá ter acesso às suas anotações no seu computador se quiser revê-las na tela maior para estudar.
O melhor jeito de testar estes serviços é instalar a app da livraria e baixar alguns ebooks gratuitos, e ver como tudo funciona. A app geralmente dá uma boa ideia de como estes serviços funcionam no e-reader, por isso eu recomendo fortemente que você faça este teste.
No post 10 apps para ler ebooks no seu tablet ou smartphone, você encontrará links para instalar a maior parte das apps de livrarias que vendem e-readers, e também links para baixar ebooks gratuitos para testá-las.
Suporte
Muita gente não percebe a importância do suporte pós-venda até precisar dele. Se você tiver alguma dúvida, inclusive durante o período de avaliação (afinal, você já estará usando a app e poderá ter dúvidas bem específicas), envie suas dúvidas para o suporte oficial da livraria que vende o e-reader.
Verifique o quão fácil ou difícil é de acessar este suporte, quanto tempo demoram para responder, a qualidade da resposta.
Aqui também vale a pena checar como funciona o reembolso de uma compra, se existe, e como é fornecido. Por exemplo, o que acontece se você comprar um ebook e descobrir nas primeiras páginas que ele está mal formatado ou que não era o que você esperava, você consegue devolvê-lo?
Avalie os e-readers
Agora sim, vamos avaliar os e-readers. Pode ser que ao avaliar as livrarias você já tenha descartado completamente ou já praticamente escolhido uma opção, mas é importante avaliar os e-readers e tomar uma decisão considerando todos os fatores.
Você pode começar comparando as características de cada e-reader, sempre considerando o que é importante para você. Para te ajudar a começar, veja o post que eu publiquei comparando as características do Kindle, Kobo e Lev.
Enfatizo que nesta avaliação também é importante considerar o melhor e-reader para você, ou seja, não precisa ser o mais caro, ou o que tem mais recursos (ele pode ter muitos recursos mas não ter aquilo que você precisa), mas sim aquele que atende melhor as suas necessidades.
Vou citar alguns exemplos nos tópicos a seguir.
Formatos de ebooks suportados
Se você pretende ler ebooks pessoais (aqueles que você já possui), é importante verificar se os e-readers suportam os formatos dos ebooks que você já possui. Lembrando que você poderá convertê-los de formato se necessário (se não tiver DRM), mas é importante considerar se você estará disposto a executar esta tarefa a mais.
Neste caso de formatos de arquivos, você não precisa escolher o que suporta mais formatos, mas aquele que será mais conveniente para você. Por exemplo, eu tenho um Kindle, que é criticado por não suportar o formato EPUB. Mas até hoje, eu só precisei converter dois arquivos que eu recebi neste formato e que eu quis ler. Então para mim, pessoalmente, isso não é um problema. Mas pode ser para alguém que tenha centenas de arquivos neste formato, aí esta questão pode ser mais crítica.
Com luz ou sem luz?
Avalie também se, com base nos seus hábitos de leitura, você precisa de um e-reader com luz embutida ou não. Você costuma ler em ambientes sem luz? Você tem facilidade para iluminar o e-reader, se necessário, ou precisa que ele já tenha esta funcionalidade?
Eu, por exemplo, gosto de ler a noite, mas tenho um abajur ao lado da cama, então para mim a luz no dispositivo não é imprescindível.
Preço
O preço também é um fator importante, mas infelizmente no Brasil as lojas praticamente tabelam os preços dos e-readers. Mas se encontrar uma promoção, pode ser que isso mude algo a favor de um e-reader ou de outro, então fique ligado nas lojas que vendem e-readers, você pode até se inscrever para receber emails com as promoções delas.
Outros fatores
Outra coisa que você pode tentar fazer é ter um contato “pessoal” com estes e-readers. Veja se há lojas físicas que o vendem que sejam acessíveis para você, veja se algum amigo ou conhecido seu possui um para você ver de perto, etc.
Isso te ajudará a avaliar fatores como a qualidade da tela e do touch (se for tela de toque), facilidade de manuseio, se ele é agradável para segurar ou se você fica com dificuldades para posicionar sua mão enquanto lê, coisas assim.
Procure outras avaliações
Você pode também pesquisar vídeos no YouTube de avaliações dos e-readers. Ali você poderá vê-los em ação, e terá uma ideia melhor de como eles funcionam. E também verá os comentários das pessoas que estão fazendo as avaliações.
Mas use as informações em si com precaução: pode ser que a pessoa goste mais de um determinado dispositivo, e irá dar mais ênfase no que ele tem de bom. Por isso, procure checar mais de uma avaliação de cada e-reader.
Veja também os comentários dos compradores nas próprias lojas onde os e-readers são vendidos e no site do Reclame Aqui. Lembrando que todo produto tem casos de problema, então um ou outro caso pode até acontecer, mas quando isso se torna frequente, é um fator de preocupação.
Nestes casos, considere sempre a data do comentário (se for muito antigo, pode se tratar de algum problema que a empresa já corrigiu ou de algum modelo que não é mais vendido), da natureza do problema (por exemplo, um atraso de entrega é um problema da loja em questão, não do e-reader em si) e a resposta da empresa, se for o caso.
O melhor e-reader
Eu acredito que se você avaliar todos os fatores que eu descrevi neste post, você poderá tomar uma decisão mais embasada de qual é o melhor e-reader para você.
Alguns fatores serão mais críticos do que outros para você, então é importante adaptar esta lista e colocar pesos em cada fator que você está considerando.
Eu não quero que você desanime, pois pode ser que sua avaliação aconteça bem rápido. No meu caso, por exemplo, quando eu decidi comprar um e-reader, eu já tinha centenas de ebooks comprados na Amazon, que eu lia no meu iPad. Eu não queria perder todos estes ebooks, e a princípio eu não queria ter que remover DRM e converter os arquivos.
Além disso, uma rápida avaliação dos acervos das livrarias da época me levaram a escolher a Amazon – eu leio ebooks em inglês, e os preços e acervo da Amazon são imbatíveis, e na época era a única loja americana que me permitia comprar ebooks com meu cartão de crédito do Brasil. Na verdade, eu escolhi o Kindle antes mesmo de analisar os e-readers. Aí foi só escolher o modelo.
Para você, os fatores críticos muito provavelmente serão diferentes. Então leve estes fatores em conta. Considere seus hábitos de leitura, não os das outras pessoas. Faça esta avaliação com base naquilo que você precisa, para ter a melhor resposta para você.
Se você já possui um e-reader, faça um comentário sobre o que gosta e o que não gosta nele, quais fatores te levaram a comprá-lo, se hoje você compraria outro modelo/e-reader. Tenho certeza que isso ajudará muito os outros leitores que estão tomando sua decisão, e eu agradeço!
Boas observações. Realmente o melhor seria comprar o da Amazon, por acaso gostei muito do Kindle Paperwhite. Como vivo em Portugal não é dificil mandar vir um pelo correio. Não pagamos cá impostos. O problema é que ainda estou a aprender inglês, não sei bem usar o site da http://www.amazon.co.uk/
É uma pena eles não lerem epub. Isso dificulta tudo. Tenho muitos livros epub (gratuitos).
Cris, o que você acha do e-reader que indiquei? Qual você tem?
Um abraço.
Não sei como é aí em Portugal, mas vocês tem o Kobo por aí? É que ele trabalha nativamente com o formato EPUB, pode ser uma opção interessante para você se a conversão dos arquivos que você já possui for muito trabalhosa. Por outro lado, se você usa o Calibre e se estes arquivos não tem DRM (geralmente arquivos gratuitos não tem), você pode disparar a conversão de todos ele e deixar rodando no PC. Pode levar algum tempo, mas quando você precisar, terá todos os ebooks em formato EPUB e MOBI ou AZW (se for usar o Kindle Paperwhite, pode usar o AZW3).
Sobre o e-reader que você mencionou, é difícil dizer pois o mais importante não dá para avaliar com base só nos specs do produto. Ou seja, eu não consigo ver a qualidade da tela, a fragilidade ou qualidade do equipamento em si, a qualidade da tela de toque (se responde rápido como o Paperwhite) e como é a leitura em si (o quão fácil é marcar trechos, se sincroniza com algum serviço, etc).
Para mim, por exemplo, a sincronização das anotações e destaques é mais importante do que muitos outros fatores, mas isso é uma questão pessoal. Além disso, outra questão primordial para mim é o acervo, e como eu leio muito em inglês, o acervo da Amazon é o melhor para mim (em termos de disponibilidade de títulos e preços).
E respondendo à sua outra pergunta, eu tenho um Kindle Keyboard 3G, aquele que tem o teclado mas não tem tela de toque. Um excelente Kindle, que ainda não tenho vontade alguma de trocar por outro (talvez pelo novo Kindle Voyage quando este baixar um pouco o preço).
Olá cris, muito bom artigo.
Gostava que fizesse um a comentar o cervantes da bqreders.com
Estou interesado nele mas não sei se tem tão boas caracteristicas como o da amazon daquele preço.
Abraço
Eu não conheço este e-reader, mas parece ser bem versátil. Você pretende ler apenas ebooks pessoais, ou pretende ler ebooks comprados em lojas? Pois se pretender comprar ebooks, é preciso confirmar se você poderá lê-los neste e-reader. Se for ebooks da Amazon, eu já te digo que não poderá, a menos que você remova o DRM, que é um procedimento não permitido pelas lojas (nos Estados Unidos, é um procedimento ilegal). Para ler ebooks da Amazon, tem que ser o Kindle mesmo.
Além disso, outra questão é o suporte e garantia, vale a pena checar como funciona.
Cris já entendi a importância de comprar um e-reader de acordo com a necessidade de leitura em relação à loja – Já li uma grande parte dos seus artigos.
Pessoalmente discordo de si. Não peço que comente porque se identifica no blogue fique só com o meu comentário. Se a cris comprar livros da amazon diz que não pode remover os DRM que é um procedimento ilegal. Tudo bem. Então, mesmo que tenha pago o livro segue à risca as regras. Neste caso não está a projudicar os autores mas sim a compactuar com uma lei que talvez tente desperçar a pirataria.
Por outro lado também diz que não concorda que as pessoas baixem livros da internet (se é que me entende). Diz mesmo num outro artigo que existem muitos autores que lançam os livros sem ajuda das editoras. Muitos? Desculpe, muitos mas não tantos como a biblioteca da amazom por exemplo.
Como já lhe disse a mim preocupa-me mais que as empresas como a amazom abram empresas noutros paises com dinheiros publicos e não cumpram com o acordo local de empregar as pessoas e desenvolver a economia. Leia um pouco sobre o assunto para ver que existem questões bem mais sérias. Uma pessoa que baixa um livro quer ler não quer fazer mal a ninguém e tenho a certeza que se todos tivessem condições para comprar livros comprariam. Veja por exemplo o caso do brasil e da enorme pobreza. Fica chocada se uma criança da favela baixar um livro? Parece-me que não.
Em relação à compraração de e-reader penso que existem muitos videos no youtube que comparam o paperwhite com o cervante. A garantia e o suporte da BQ é muito bom. E para terminar a nivel de sincronização e as notas etc bem eu sou muito tradicional. Gosto de usar um caderno. É verdade que nós só podemos ler livros da amazom num kindle, será justo? Como bem disse não é. Por exemplo a lei portuguesa diz que se pode ter uma cópia do original. Inclusive está a discutir-se essa lei porque quer-se cobrar um valor para as pessoas usarem uma cópia do original. Desque que tenha o original. Depois não acredito que alguém que pague um livro não retire o DRM para ler noutro equipamento por exemplo mesmo que depois o apague, é um dispara-te de todo o tamanho.
Cumprimentos
Olá!
Desculpe a demora em responder seus comentários, mas estas últimas semanas tem sido bastante intensas para mim.
Sobre a remoção do DRM, se você checar meus comentários, eu não disse a ninguém para não fazê-lo, isso seria hipocrisia de minha parte, mas eu sempre aviso, e entendo que este é meu dever por conhecer tecnicamente a questão, que é ilegal (dependendo de onde a pessoa more) e que fere os termos de uso da maioria das lojas. Dito isso, a pessoa decide se quer fazer isso ou não.
Alguns leitores podem até confirmar que eu já entrei em contato com eles por email, fora do blog, para tratar deste assunto em mais detalhes.
Quanto à pobreza e necessidade de acesso à cultura, eu não vejo a pirataria como solução. Quando eu era criança, meus pais eram pobres, a gente não tinha dinheiro para gastar com livros (mal dava para os livros didáticos da escola). O que eu fazia? Eu fiz um cartão na biblioteca do bairro e pegava livros emprestados lá para ler. Li dezenas de livros da biblioteca, até que a condição financeira de meus pais melhoraram, e aí passei a comprar alguns livros (continuei lendo os da biblioteca por muitos anos ainda). Ou seja, existem soluções, só que estas soluções acabam não tendo atenção e investimento por que a própria população não se interessa.
Aqui próximo de onde eu moro, a uns 10 minutos de carro, há uma praça onde a prefeitura de Guarulhos envia uma van que funciona como uma biblioteca móvel. Ela fica alguns dias nesta praça, outros dias em outras. Assim a população tem acesso a livros ainda mais facilmente. Este é o tipo de solução que eu acho que vale a pena investir.
Nos Estados Unidos as bibliotecas físicas emprestam ebooks também. Isso já é bem comum lá. Mas como as bibliotecas aqui no Brasil estão caindo em desuso, não sei se isso virá para cá… É uma pena, pois seria uma ótima solução para o problema que você apresentou em relação à condição financeira dos leitores.
Outra coisa: se a pessoa comprou um ebook em uma loja e resolveu remover o DRM para usar em outro dispositivo, eu não vejo problema algum. Mas se ela remove o DRM, depois publica o arquivo sem DRM em um blog/site, coloca propagandas e ganha dinheiro com isso, aí é errado e muito errado, na minha opinião. O fato de que alguma pessoa que está baixando este arquivo não tem condições financeiras para comprá-lo não justifica, na minha opinião pessoal.
Só para você ter uma ideia, tem um blogueiro que distribui ebooks pirateados, e ele tem ultimamente plagiado meus posts. Ou seja, na mente dele, ele provavelmente não vê problema nenhum em distribuir o conteúdo que pertence a outras pessoas no site dele, sejam ebooks com direitos autorais ou posts de blogs, também com direitos autorais. E ele me prejudica bastante com isso, pois alguns posts meus estão melhor ranqueados no site dele pelo Google do que no meu próprio site, por incrível que pareça. Esse é o perigo de tentar ajudar as pessoas, sem ter a noção do limite. Ele me prejudica, retira renda do meu blog, e ele deve achar que não está fazendo nada de errado…
Dito isso, eu gostaria de voltar para as questões mais técnicas, se você não se incomoda, pois é isso o que me proponho a explorar neste blog, OK?
Um grande abraço!
Olá Cris,
Ok, penso que o seu site não tem qualquer intensão nem missão de falar sobre este assunto. Me desculpe. Deixe-me só acrescentar dois pontos ao seu comentário. Quando fala no papel das Bibliotecas como a solução dos pobres está a ter uma atitude politica muito comum senão repare.
Os pobres se tiverem acesso à tv não é por cabo então ficam limitadas a poucos canais. É o mesmo em relação ás bibliotecas. As pessoas ficam limitadas ás escolhas das bibliotecas. Não têm um leque tão grande e nem sequer se preocupam em atender as necessidades do seu publico.
Na minha opinião as bibliotecas têm outra função. Mas não quero incomoda-la mais com este assunto só quero que entenda o meu ponto de vista. Se queremos igualdade de direitos temos de assumir que todas as pessoas têm de ter acesso ao conteúdo mais recente e mais diversificado.
Em relação à pirataria e ao pirata que anda a retirar os seus fantásticos artigos só tenho de lamentar. Quando escrevi o comentário tentei ter cuidado em frisar o livre acesso sem ganhos financeiros. Ora, sou contra a sites que ganham dinheiro publicando obra alheia. Ainda mais grave é quando esses sites copiam obras que são disponibilizadas gratuitamente que é o caso do seu trabalho.
Se quer a minha opinião penso que deve proteger o seu site. Penso que o seu site é um site wordpress. Existem plugins que impedem as pessoas de copiar o conteúdo do site. Também pode enviar uma mensagem privada a esse senhor advertindo-o e se achar necessário formar uma queixa crime.
Na minha opinião essas pessoas nem sequer leem. Elas aproveitam o sucesso alheio para ganhar ás custas do trabalho dos outros. Se dar dinheiro partilhar filmes lá estão eles. Agora artigos sobre livros é novidade. Você anda a revolucionar o mercado 🙂
Obrigado por responder.
Sim, eu entendi seu ponto de vista, e acho louvável sua preocupação de dar mais acesso às pessoas de todas as classes. É uma questão complicada, pois no momento em que você permite alguém obter este conteúdo gratuitamente, mesmo que com boas intenções, o autor deixa de receber sua devida compensação (não vou entrar no mérito se é muito caro ou não, o autor tem o direito de cobrar o que ele acha justo, e nós temos o direito de não comprar se não acharmos justo). É difícil balancear os dois lados, pelo menos no modelo que temos hoje. E não acho que o DRM seja uma boa solução para isso, para nenhum dos dois lados.
Eu torço para que mentes criativas criem soluções para que nenhum dos dois lados, nem o autor e nem o leitor, fiquem no prejuízo. Como por exemplo, acho muito bacana os autores que se dispõem a dar acesso gratuito a um ebook recém-lançado em troca de um review, por exemplo (que muitos autores americanos já usam, principalmente autores que não são ainda muito conhecidos).
De qualquer forma, eu concordo que do jeito que está não está bom para ninguém, nem para os autores, que com certeza gostariam que mais pessoas lessem seus livros, nem para os leitores, que gostariam de ler mais livros e gastar menos.
Mas valeu esta discussão. E sobre o plágio do meu site, estou estudando as possibilidades. Eu até pensei em bloquear a cópia do meu conteúdo, mas penso nos leitores que lêem o feed RSS, ou que usam ferramentas para ler depois, como o Pocket, Instapaper. É uma decisão difícil…
Agradeço seus comentários, são muito interessantes.
Um grande abraço!
Oi Cris, eu queria saber uma coisa, os livros comprados na livraria cultura e na saraiva podem ser lidos tanto no lev quanto no kobo? Obrigada e parabéns pelo artigo!
Também gostaria de saber disso, Kacia. Eu acabei escolhendo comprar o Lev, minha dificuldade está em passar os e-books comprados na cultura para ele. O Calibre não converte os arquivos protegidos corretamente e o Lev não os lê.
Julio, eu acabei de responder à Kacia explicando que eu não tenho nenhum dos dois e-readers que ela mencionou, mas em teoria, isso não funcionaria não, pela forma como estas lojas implementam o DRM. Pelo que você comentou, parece que minha teoria está correta, infelizmente…
Cris, assim como já respondi por e-mail, muito obrigado pela dica de resolver essa situação de kobo – > lev . Funcionou perfeitamente! 🙂 A princípio venho gostando do Lev, depois deixarei mais impressões.
Que ótimo, Júlio! Eu comentei que penso em escrever um post para divulgar esta dica, já que ela funcionou tão bem, pois acho que pode ser muito útil para muitos leitores que não estão lendo estes comentários.
Um grande abraço!
Cris, deixando essa dica mais exposta em um post ficaria óimo. 🙂 O Lev vem se mostrando muito bom, tirando uns lags de vez em quando mas entendi como natural. Eu comprei a versão sem luz.
Legal, Júlio, vou fazer isso sim. Aliás, será um dos próximos posts, pois acho que a informação é bem valiosa para os leitores.
Um grande abraço!
Desculpe-me a intromissão: podem sim, Kacia. “copiei e colei” a resposta que recebi do atendimento da digital@saraiva.com.br com relação ao assunto:
Agradecemos o seu contato.
Informamos que para efetuar a transferência dos livros comprados na Kobo para o LEV, basta seguir as seguintes instruções:
Obs: Todos os aparelhos (Kobo, LEV e Adobe Digital Editons) devem estar autorizados para o mesmo endereço de e-mail.
1) No computador, acessar http://store.kobobooks.com/en-br/ por qualquer navegador de internet;
2) Conecte a sua conta da Kobo;
3) Acesse “minha biblioteca”;
4) Selecionar da lista exibida o e-book que se deseja baixar, clicando em “Adobe DRM epub” ou “Adobe DRM PDF”;
5) Aparecerá um pop-up na parte inferior da tela com a mensagem: “Deseja abrir ou salvar URLLink.acsm?;
6) Clique em “salvar >> salvar como” e salve o arquivo onde desejar;
7) Abra o Adobe Digital Editions e adicione o arquivo “.ascm” – O download do livro será iniciado e finalizado e o livro estara armazenado na seção “Todos os itens” do Adobe Digital Editions. Caso não tenha o aplicativo, basta instalá-lo através do link: http://www.adobe.com/br/products/digitaleditions/ ;
8) Conecte o Lev ao computador pela porta USB;
9) No Adobe Digital Editions, clique em “Arquivo” e em seguida localize a opção “Adicionar à Biblioteca” e exporte os arquivos baixados;
10) Clique com o botão direito do mouse encima da capa do livro e selecione “copiar para computador/dispositivo >> LEV”;
11) Concluída a transferência, no Lev, o e-book deve ser exibido dentro da seção “meus livros” e já pode ser lido normalmente.
Eliana, muito obrigado por ter compartilhado esta dica! A sua “Obs” tem o segredo de isso funcionar, de fato!
Peço desculpas por ter demorado para liberar esta resposta, é que quando alguém coloca o endereço de um site no comentário, ele fica esperando minha autorização. E só consegui sentar para ver os comentários hoje.
Mas obrigada mais uma vez pela informação!
Um grande abraço!
Cara Chris! Entendo perfeitamente o motivo da demora na publicação do meu comentário. A orientação da Saraiva procede pois já passei e-books do Kobo para o Lev e vice-versa. Grande abraço.
Oi Eliana. Pensei em escrever um post com os passos que você compartilhou, pois acho que isso deve interessar a muitos outros leitores, mas nem todos acabam lendo os comentários dos posts.
Muito obrigada novamente pela informação!
Essa dica é nota 10! Funcionou! Obrigado Eliana/Cris 🙂
Kácia, infelizmente eu não tenho nenhum destes dois e-readers para testar isso. A princípio, ambas as lojas trabalham com o DRM da Adobe, mas até onde eu sei, elas protegem o ebook com o usuário de seu próprio sistema, não com o usuário da Adobe. Ou seja, em teoria, isso impede que o leitor consiga ler os ebooks de uma loja na outra.
Olá, estou querendo comprar um e-reader e seu post foi muito legal em esclarecer muitas dúvidas. Realmente um texto sério.
A dúvida que surgiu é a seguinte: o fato de o Kindle não possuir slot para aumentar a memória é algo que atrapalha? Vi um comentário que a moça diz ter 1600 títulos. Os 2GB são suficientes?
Obrigada!
Talita,
Depende do usuário e dos ebooks que você pretende ler. Por exemplo, arquivos em formato MOBI tendem a ser menores do que os arquivos PDF. Arquivos sem imagens (como livros comuns em texto) tendem a ser menores do que aqueles que contém imagens. Estes e outros fatores podem fazer com que o tamanho dos arquivos variem, por isso é difícil dizer quantos ebooks caberão em 2GB (aliás, 1,25GB, que é o espaço disponível para o usuário).
Outro fator são os hábitos do leitor. Eu, por exemplo, comecei colocando absolutamente todos os ebooks que eu comprava no Kindle. Mas aí começou a ficar mais difícil de manusear todos aqueles ebooks, e também comecei a ter alguns problemas de lentidão por causa do tempo de indexação dos arquivos. Aí eu decidi ser mais objetiva e colocar no Kindle apenas os ebooks que eu quero ter à disposição ou aqueles que eu estou lendo ou quero ler em seguida. Com isso, tenho espaço de sobra lá.
Se você considerar um tamanho de arquivo de até 512KB (que é tranquilo para os formatos MOBI/EPUB com poucas ou nenhuma imagem, mas é geralmente pouco para PDF), você poderá colocar mais de 2000 arquivos nos 1,25GB disponíveis. Se você tiver arquivos pessoais, dê uma olhada no tamanho deles para ter uma ideia.
Note que o novo Kindle Paperwhite agora tem 4GB (foi a única mudança neste modelo), mas ainda não temos certeza se a Amazon brasileira já está vendendo-o ou se ainda está distribuindo o modelo anterior com 2GB.
Um grande abraço!
Cris, e o que vc fez com os livros que vc já leu? tirou eles do kindle e colocou aonde? quando compro um livro na amazon e deixando na nuvem ou mandando para meu dispositivo, eu tenho O arquivo do livro? obrigado pelas respostas novamente!!
Oi Paulo! Todos os ebooks que eu compro na Amazon podem ser baixados novamente quando eu quiser, se eu os apagar. Eles ficam na minha biblioteca “virtual”. Como eu tenho muitos, eu acho mais difícil baixar pelo próprio Kindle, então eu vou na minha biblioteca da Amazon, pelo site, e envio o ebook pro Kindle quando eu quero. Você pode ver como eu faço isso no post abaixo:
http://www.vidasempapel.com.br/entrega-livro-kindle/
Veja o item 2 do tópico “E se você quiser enviar o arquivo para outro Kindle?”. Eu posso fazer isso com qualquer ebook comprado a qualquer momento, quantas vezes eu quiser. A única restrição da Amazon é que eu posso baixar cada ebook comprado em até 5 dispositivos/aplicativos ao mesmo tempo, não tem limite em quantas vezes eu possa baixar o ebook novamente.
Quanto aos meus ebooks pessoais, eu sempre os envio para a nuvem da Amazon, então eu posso fazer a mesma coisa (só que em outro menu), pois posso apagar e baixá-los novamente quando quiser. Só não dá para fazer isso se copiar via USB.
Como eu disse, a interface do meu Kindle, que é mais antigo, é mais chatinha de usar com uma biblioteca imensa como a minha, então eu faço isso via web, escolho os ebooks que eu quero baixar novamente e envio pro Kindle. Para quem tem menos ebooks, basta entrar no “Archive” no próprio Kindle e clicar/selecionar o ebook desejado, e ele já baixará.
Ótimo…muito obrigado!!!
Oi Cris,
É excelente o seu trabalho por aqui. É o tipo de iniciativa que permite a difusão de informações úteis e confiáveis. Parabéns a você e a todos que também se dispuseram a expor seus comentários, tornando a experiência ainda mais completa.
As informações lançadas aqui são bem esclarecedoras para quem ainda está em dúvida sobre qual produto adquirir. Venho a bastante tempo analisando as diferentes marcas oferecidas e confesso ter ficado bastante em dúvida sobre qual seria a melhor opção. No meu caso, o objetivo é ler (não só os meus livros preferidos, como livros técnicos – que não são poucos – facilitando o transporte de conteúdo e o acesso a diversos títulos), mas também acessar arquivos em PDF, pois estudo para concursos.
Ouvi excelentes comentários sobre o LEV, porém os registros sobre a má qualidade da assistência técnica colocaram em xeque o seu posto de primeiro lugar nas minhas preferências, haja vista a postura da Amazon (sempre efetiva). Entretanto, receava investir no Kindle em razão dos arquivos PDF. Ocorre que pesquisando, localizei um link sobre como transformar arquivos PDF para o Kindle, o PDF4Kindle, conhece? Já usou? Poderia falar a respeito?
De acordo com o site, o PDF4Kindle é um prático serviço online que possibilita converter qualquer documento PDF para um arquivo em formato MOBI ou AZW, principais extensões aceitas pelos dispositivos da família Kindle.
Para utilizar o PDF4Kindle, basta acessar http://www.pdf4kindle.com/. O serviço funciona de uma maneira muito simples, basta clicar no botão “Upload pdf file” e envie o arquivo em PDF a ser convertido. Em poucos segundos o documento já estará convertido; clique em “Download result” para baixar seu e-book em MOBI/AZW e salvá-lo em qualquer diretório do seu computador.
Simulei a conversão de um arquivo (um livro inteiro), é o processo foi bem rápido (apenas alguns segundos). Entretanto, gostaria de ouvir comentários sobre alguém que tenha utilizado esse recurso e se é bom (depois de usá-lo no Kindle).
Considerando essa descoberta, estou mais tendenciosa a adquirir o Kindle PaperWhite (acho que para as minhas necessidades, o 3G é dispensável, não?).
Obrigada pelo espaço!
Um abraço.
Dayane, eu acho muito legal quando o usuário pesquisa e procura informações antes de fazer a compra, isso é muito importante.
Sobre o PDF4Kindle, eu ainda não conhecia este aplicativo, e já o coloquei na minha lista de testes e eventualmente farei um post sobre ele. Não sei se você sabe, mas eu escrevi uma série de posts justamente para ajudar os leitores a tentar converter ou otimizar os arquivos PDF mais problemáticos. Pois a questão toda é essa: o Kindle trabalha bem, de forma geral, com arquivos PDF. Só que aqui no Brasil são muito comuns os arquivos, digamos, não oficiais, cuja qualidade é bem ruim. Isso torna a leitura mais complicada, e o Kindle acaba levando a culpa.
Quando você trabalha com arquivos PDF de boa qualidade, com fontes legíveis, boa formatação, texto como texto (e não imagem scaneada), dificilmente você terá problemas para ler estes arquivos. Mas se tiver, existem estas ferramentas, como esta que você mencionou. Pois quando o arquivo é bem formatado, até a conversão dele é mais eficiente.
Dê uma olhada nos posts que eu já escrevi sobre isso:
http://www.vidasempapel.com.br/tag/Conversao-PDF/
E eu também escrevi um post sobre testes que eu fiz com arquivos PDF, acho que pode te ajudar a ter uma ideia mais concreta de como é a leitura de PDFs no Kindle:
http://www.vidasempapel.com.br/lendo-arquivos-pdf-no-kindle/
Vale dizer que o meu Kindle é antigo, é o Kindle Keyboard como você verá no post, eu acredito que o Kindle Paperwhite seja ainda melhor para ler PDFs do que o meu.
Agradeço novamente a dica sobre o PDF4Kindle, e logo farei um post sobre ele pois acho que pode interessar a outros leitores também. Valeu!
E se tiver mais alguma dúvida, pode perguntar.
Um grande abraço!
Olá Cris, obrigada pelo retorno.
Já devorei os posts que você recomentou. Muito bons!
Dessa forma não há como não tomar uma decisão segura.
Um abraço.
Dayane, de nada!
Se tiver mais alguma dúvida, pode perguntar.
Um grande abraço!
Oi Patrícia,
O enfoque dos meus estudos é para a área de carreiras jurídicas. Neste contexto, diria que o diferencial da Saraiva é que muitas obras consagradas (da própria Editora Saraiva), não estão disponíveis na Amazon na versão digital (apenas com capa comum). Além disso, infelizmente muitas obras nesta área ainda não possuem a versão para ebooks. Por outro lado, em relação a legislação “seca” (códigos, constituição, leis) elas são equivalentes e, neste ponto, os preços da Amazon são mais atrativos. Portanto, considerando sua área de atuação, diria que o ideal é se orientar pelos títulos pelos quais tem preferência e escolheu para os seus estudos, pois dependendo da obra você pode ou não encontrar em alguma das lojas.
Um abraço.
Oi Dayane,
Sabes me informar se o acervo da Amazon é interessante para quem estuda para concurso?
Fiz alguns comparativos, por amostragem, com a Saraiva em relação a alguns títulos, e a Amazon parecer ter melhores preços, contudo, não sei se tem tantos títulos.